redenção

trabalho para tentar ganhar
mas não preciso de muito
nem de grana, nem de trabalho
preciso mesmo é do mar
gosto muito de pensar
compartilhar o que sei
aprender o que não sei
descobrir que nada sei
a vida é curta demais
pra saber o que se quer
pra viver o que sabe
aproveitando no que der
mas no final a gente sonha
para o trabalho diário
não nos tire a esperança
do sonho batalhado

tá ligado?

não entendo muita coisa
turbilhão de informações
a arte me afaga
mas não me sustenta
preciso de mais
informação é um vício
doença do século, da década ou do dia
o tempo é relativo
quando volto para informar
mudanças
boas ou ruins
mais mudanças
já fico mais esperto
porém atrasado
tecnologia me passou
as ideologias me atropelam
os rótulos só crescem
mesmo ninguém querendo um
política? essa tá atrasada
normal, segue Brasil
discuto, brigo, informo, sou informado
vou descansar
acordo!
estou atrasado

fração

trato o momento de forma divergente
eu o trato do jeito que estou
com sentimento, racionalidade e emoção
daquele instante
me envolvo até onde dá
até onde eu consigo
muitas vezes estou dispostos
em outras não
tem dias que sou de música
às vezes do cinema
não sei o porquê desses interesses
de repente só uma boa leitura mesmo
importante é o acontecimento
a história sempre me interessa
qualquer história
pois cada momento me lembra uma
passada
recordada
pequena talvez
como um Story
que não serve muito
mas vale exatamente o contrário
sem dimensão da sua racionalidade
mas com muita emoção
daquelas
em um certo momento
da qual não estou
mas acompanho
acompanhado do meu sentimento
minha fração de tempo
meu momento

e o tempo?

o tempo passa indiferente
e prossegue
observando suas leis
ele acontece.
a gente distrai
tentando entender
a gota que elucida o oceano.
ignorado por nós todos os dias
sem consciência, acredito!
ciência é saber
mas antes
é preciso querer conhecer.
e o tempo?
passa indiferente.

nascituro

diga- se de passagem

a morte morreu

sem nem dizer tchau
falou que iria para o mar

tentar olhar para além
deu um aceno daqueles

que nunca mais se vê
aceno de verdade

sem proposito de voltar

sem temor com o olhar
a certeza nos olhos 

de quem nunca teria dor
indolor

se fecharam pra vida 

que nunca tiveram
saberia além do mais 

que a visão passada 

já não existe atroz
só quer seguir em frente

saber o que virá
não se sabe até voltar

e aí se acabar

ou melhor, acordar