sábado, 6 de agosto de 2022

Sobre ser

Do ocidente eu não me reconheço
Me sinto estranho diante dos anseios
Não possuo nenhuma semelhanças
Mesmo que tenha ancestrais
A minha cultura não me parece ocidental
Não o geopolítico 
Os que não deveriam ter o gentílico de americanos
Tomaram para si o título de milhões de pessoas
Mas o ocidente se formou desse sonho
Das conquistas desnecessárias
Dos afanos dos outros
Do individualismo exacerbado
Dos reinados sem reis
Apenas com posses
Da América latinha eu pertenço
Pois dividimos os onos
Contudo, sou mesmo do Brasil
Sem conexões com restantes dos coirmãos
Meus governantes sempre prefiriram o ocidente a nós mesmos 
Dando as costas para suas fronteiras
Dividindo nossas culturas
De certa forma eles conseguiram
O que poderiam ser silmbolos de laços
Mata, rios, montes, água, povo
Hoje parecem dividir como uma cordilheira
Não reconheço nossos ancestrais
Não absorvo nossa cultura
Eu estou no meio 
Entre o ocidente e oriente
Não no topo
No fundo
Não tenho a ligação necessária
O brasil adora o ocidente
Mesmo que não tenha nada a ver com ele
Sou real iludido e não pertecente
De onde pertenço?
Não me reconheço
De fato sou brasileiro
Mesmo que seja difícil dizer o que é
Pois no Brasil temos muitos brasís 
E da mesma forma que damos as costas
Nos sentimos viralatas
Mesmo estando no meio de uma bola 
Que não tem meio, nem lado
Brasil de tantos sutaques
Não consigo me reconheçer este brasileiro
Me reconheço gonçalense
Aí eu enxergo semelhança 
Consigo abraçar visões paralelas
Sentimento de lar
A maior cidade pequena que existe
Lá eu tenho sentimentos inesquecíveis 
E me sinto afagado
Mas não moro mais lá
Eu ainda pertenço aquele lugar?
Eu sou flamenguista
Indiscutivelmente
Sou porque sou
A parte mais irracional do meu ser
Sou flamenguista antes de nascer
Pois não lembro de não ser Flamengo
E não deixarei de ser
Posso até parar de torcer
Mais continuarei sendo
Então não sou ocidental e nem americano
Deles nem pareço e nem gosto
Sou latino americano e brasileiro
Por dividir mazelas
Mas pertenço a São Gonçalo
Como meu lar bucólico
Me identifico como flamenguista
Sou desde a primeira lembrança
Mas sou o que sou
Pertenço, me indentifico e sou o que lembro
Na verdade 
Da minha história eu não posso fugir
A cultura eu apenas aprendi
Mas ser
Eu posso ser aquilo que sonho
Mesmo que não alcance o sonho americano
Não é sobre isso que falo
Entendeu?