terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

17/01/2023


Todo mundo tem ou teve Mãe, pai, avó ou avô Madrinha ou padrinho Matriarca ou patriarca

Quase todo mundo teve
Uma pessoa especial
Uma irmã ou um irmão
Que foi seu anjo da guarda

Mas eu tive Moma
A mão que me guardou
Que esteve sempre comigo
Desde de quando não me lembro

Que me desculpem os familiares
Todos aqueles que vieram antes
Mas fui o primeiro a ter Moma
Afinal, eu que batizei

Antes podia ser Norma
Norminha
Tia Norma
Titia etc

Os mais velhos, sortudos
Se apropriaram depois
Os mais novos, S2
Ganharam de presente

Contudo
Durante um certo período histórico
Eu fui o único
que teve cuidando de mim: Moma

Ela fez 81 anos
Bem vividos
Ela foi uma benção
Como o real significado significa

Sob os olhos atentos
Eu cresci
36 anos, 5 meses e 6 dias
Muito bem cuidados

Aos familiares e amigos
De nada
Pois foi de coração
Como tudo que é muito especial

Moma
Parabéns
Obrigado
e
Te Amo

sábado, 6 de agosto de 2022

Sobre ser

Do ocidente eu não me reconheço
Me sinto estranho diante dos anseios
Não possuo nenhuma semelhanças
Mesmo que tenha ancestrais
A minha cultura não me parece ocidental
Não o geopolítico 
Os que não deveriam ter o gentílico de americanos
Tomaram para si o título de milhões de pessoas
Mas o ocidente se formou desse sonho
Das conquistas desnecessárias
Dos afanos dos outros
Do individualismo exacerbado
Dos reinados sem reis
Apenas com posses
Da América latinha eu pertenço
Pois dividimos os onos
Contudo, sou mesmo do Brasil
Sem conexões com restantes dos coirmãos
Meus governantes sempre prefiriram o ocidente a nós mesmos 
Dando as costas para suas fronteiras
Dividindo nossas culturas
De certa forma eles conseguiram
O que poderiam ser silmbolos de laços
Mata, rios, montes, água, povo
Hoje parecem dividir como uma cordilheira
Não reconheço nossos ancestrais
Não absorvo nossa cultura
Eu estou no meio 
Entre o ocidente e oriente
Não no topo
No fundo
Não tenho a ligação necessária
O brasil adora o ocidente
Mesmo que não tenha nada a ver com ele
Sou real iludido e não pertecente
De onde pertenço?
Não me reconheço
De fato sou brasileiro
Mesmo que seja difícil dizer o que é
Pois no Brasil temos muitos brasís 
E da mesma forma que damos as costas
Nos sentimos viralatas
Mesmo estando no meio de uma bola 
Que não tem meio, nem lado
Brasil de tantos sutaques
Não consigo me reconheçer este brasileiro
Me reconheço gonçalense
Aí eu enxergo semelhança 
Consigo abraçar visões paralelas
Sentimento de lar
A maior cidade pequena que existe
Lá eu tenho sentimentos inesquecíveis 
E me sinto afagado
Mas não moro mais lá
Eu ainda pertenço aquele lugar?
Eu sou flamenguista
Indiscutivelmente
Sou porque sou
A parte mais irracional do meu ser
Sou flamenguista antes de nascer
Pois não lembro de não ser Flamengo
E não deixarei de ser
Posso até parar de torcer
Mais continuarei sendo
Então não sou ocidental e nem americano
Deles nem pareço e nem gosto
Sou latino americano e brasileiro
Por dividir mazelas
Mas pertenço a São Gonçalo
Como meu lar bucólico
Me identifico como flamenguista
Sou desde a primeira lembrança
Mas sou o que sou
Pertenço, me indentifico e sou o que lembro
Na verdade 
Da minha história eu não posso fugir
A cultura eu apenas aprendi
Mas ser
Eu posso ser aquilo que sonho
Mesmo que não alcance o sonho americano
Não é sobre isso que falo
Entendeu?

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Entropia e a morte das coisas

Conheci esse termo no conto do Asimov, a última pergunta, onde o último ser vivo no universo deixa uma pergunta ao computador universal: a entropia pode ser invertida? A jornada é complexa em um sci-fi puro sangue. No entanto, o que importa é que Asimov discorre sobre a entropia através de um narrativa com curtas histórias e pulos temporais bem elaborados para deixar claro o tamanho da escala do objeto.


A entropia é uma lei da termodinâmica que descrever como a energia se dispersa e que ela é uma força unidirecional, ou seja, ela tende a desordem. Isso quer dizer que podemos converter energia como o motor de um carro faz para poder deslocar-se, mas não conseguimos transformar os gases do escapamento novamente em gasolina e recuperar o movimento de deslocamento. Pois a tendência do universo é que a energia vá se dissipar totalmente e em algum ponto do tempo. A luz que nos mantém vivos irá acabar algum dia e, na minha interpretação, isso é a morte das coisas. Realizando em minha cabeça a ideia que tudo vai acabar, me percebo triste, pois a ideia de vida eterna sempre me pareceu esperançosa.

Agora preciso me explicar como um ateu, que sou, pode falar sobre vida eterna. Bom, eu creio que a vida é mais do que a visão aristotélica. Assim como a vida existia antes de nós, seres humanos, vai continuar após nossa extinção, então enquanto existir um ser unicelular se reproduzindo em uma sopa amniótica em alguma lugar a vida contínua a existir. Para deixar claro: céu, inferno, reencarnação ou transformação de água em vinho é ficção.

Voltando a tristeza mencionada, não seria exatamente sobre os trilhões de estrelas existentes com seu calor finito. Isso também me entristece, mas me refiro ao paralelo inevitável que faço com a nossa realidade e aos próximos que estão sendo desperdiçados, dos ensinamentos não aprendidos, da vivencia perdida, da amizade não exercida e servindo apenas à entropia.

A morte é um dos motivos da vida e sem ela o que chamamos de vida teria outros sentidos. Assim, quem teria pressa se não tivesse um limite de tempo? Qual seria o objetivo?

A nossa vida é finita, como a dissipação da energia, porém quando o finito é abreviado passa a ser triste. A dissipação da energia de todo universo está numa escala tão grande que para nós não faz muita diferença. Por isso, Asimov em seu conto faz saltos temporais de tantas gerações. Agora quando nosso tempo é abatido, a tristeza mostra como as coisas poderiam ser apreciadas e faz amargar a nossa imaginação inocente.

O amargor do momento é chamada de pandemia, ou COVID, um caos no nosso tempo. A doença não deixa consumir a energia que deveríamos dissipar durante a nossa vida. A pandemia é o nosso divisor de águas para o futuro trazendo a morte para o nosso cotidiano já tão massacrado pelas perdas de um Brasil moedor de gente. Como brasileiro isso é especialmente elevado à complacência cotidiana, pois convivemos com a violência terminada em morte todo os dias. Ainda mais, a morte no Brasil é explorada como espetáculo desde os hospitais que parecem açougues até o programas televisivos que nos fazem adormecer em sentimentos dormentes quando deveriam ser despertadores.

Os sentidos não adormecidos são dos que permanecem vivendo com seu luto perante ao abreviamento dos seus próximos. Os sentimentos dos entes dessas tantas vidas perdidas são transmitidas pelas redes sociais demonstrando a necessidade de curar aquilo que é incurável. A saudade desse perdidos, não apenas pela COVID, porém em período de pandemia trás o contraste dos sentimentos dormentes e o luto.

Não perdi ninguém próximo para COVID, mas assisti as pessoas perdendo a minha volta e o medo tomava conta de mim em muitos momentos. A paranóia dos cuidado estava me deixando doente e me afastou fisicamente dos meus mais queridos. Durante a pandemia a vida continuou e as pessoas também. Nem todos puderam ter quarentena, eu mesmo fiquei apenas 3 meses até voltar à trabalhar, e o COVID continuou a devastar. O luto dos perdidos é enorme e ainda mais devido as irresponsabilidades governamentais que pioraram nossa situação pública perante a pandemia.

No entanto a tristeza que me trouxe aqui não é relacionada as perdas por COVID, mas perdas de pessoas por outra causas durante a pandemia. Eu assisti online a dor de uma mãe e seu família pela perda de um filho e também a dor de amigos na perda de uma amiga que partiu fora do combinado. Percebendo a época merda para isso acontecer, eu realizo em minha mente uma fictícia imagem: a entropia em forma de setas iluminadas apontadas para cima se dissipando pelas mãos dos não dormentes tentando segurar essas luzes em vão. Enquanto nós, dormentes, assistimos todo sofrimento que é exposto deixando alguns indiferentes e outros sem saber o que fazer.

Essa imagem é aterradora, mas mais aterrador é como agimos por isso. Por vezes, a opção era desejar "meus pêsames" torcendo para que isso ajude de alguma forma. Mas no fundo sabemos na verdade é difícil fazer qualquer ação que ajude realmente. A entropia não pode ser invertida.

Hoje a crise diminui e a doença vai ficar no mundo. Vamos ter que aprender a conviver com ela, eu torço para que as pessoas se vacinem para dar segurança as pessoas à sua volta e progressivamente voltar as nossas vidas. E quando você voltar à sua vida cotidiana lembre de não apenas trabalhar para entropia seguir seu caminho unidirecional, mas aprenda todos os ensinamentos ensinados, vivencie toda experiência possível e exerça seu amor pelas pessoas queridas. Assim quando sua mente descansar não existirá sentimento de perda, mas sim de felicidade e, neste caso, deixe o resto com a entropia assim como o computador universal fez.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

sem querer

A vida força a gente a fazer curva
às vezes voltamos
por vezes nos perdemos
e até regressamos

no caminho nem sempre identificado
lembro da via sem pintura
do olho de gato quebrado
e da luz pública apagada

na lembrança enevoada pelo tempo
me vem à luz aquele choro
o nojo do vomito amigo
e o pulo da música tocada

na rasteira noturna tão sentida
se descobre a valência
nem sempre da rasteira
mas da cascudez da vida

no breu buscando o próximo retorno
enquanto lemos as placas
o destino passa para a gente vê
e aprendemos na tocada

A direção não é fácil de manter
é muita batalha para lutar
o destino vira realidade
só para gente continuar

sábado, 10 de abril de 2021

Nossas Cores

O brasil é cinza, brow
O verde já visto não colore
A ordem fez devastar
Há quem chame de progresso
Visão atrasada
Arcaica
Hoje devemos buscar
Equilíbrio para o bem comum
Já basta de margem
As águas de tantas tonalidades
Perderam seus reflexos
Usadas para progredir
Esqueceram de limpar
Industrializando além do mais
O progresso fez acizentar
Em forma de cimento fosco 
sem estética perdemos como povo
História esquecida
Não evoluímos ao topo
Mundo aglutinado em luxúria
Mesquinhez camuflada de alegria
A luz do sol não clareou nosso destino
Na verdade ela bronzeia nossa pele
Mas amarela os brios tupiniquins
A noite longa nos abateu
21 anos, brow
Mas essa nem foi a mais longa
Nossa aquarela são tons de cinza
200 anos, 500, até quando?
Miscigenação forçada
Juntando nosso povos
Na violência do estupro
No horror do submundo
Vergonha patriótica
Escondida embaixo dos tapetes
Do nosso pretérito imperfeito
De matos
Da silva 
Dos santos
De algum lugar africano
Sem nome 
sem sobrenome
Dos tupis
Dos guaranis
Dos orixás
Desde a Colônia até agora
Passando pelas revoltas
Até jesuíticas
Afogadas e vitoriosas
Mas não ajuizadas
Porém justas lutas contra o dominador
Sempre a seviço de alguém
Do opressor
Comemorando a vitória do poderoso
Perdemos para grana
para fome
Para pobresa
Para ganância
Para o descaso
Pro caralho de asa todo
Perdemos até o trem
Aquele da história
Algumas vezes
Preferiria evitar o ocidente
Sendo contrafactual
Vida Selvagem
Que bom seria!
Seria bom?
Não acizentaria

domingo, 4 de abril de 2021

Vencendo na vida

A gente não pode vencer a morte
Mas a gente pode conversar
Acalmando o coração
Espantando o anseios da vida

A gente pode fazer um esforço
Andar, correr, bicletar ou até malhar
Fazer o coraçao pulsar
No intuito de movimentar a vida

A gente pode gostar da gente
Cuidando da saúde
Remediando o que é de remediar
Previnindo o que é de previnir

A gente até pode cuidar
Descuidado um pouco do que sabemos
Apena para relaxar
E não precisando medicinar

Mas caso precise, vá
Procure quem te ajude
Para melhorar procure a ciência
E sem esquecer: vacine-se

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Melhorando

 

Eu realmente não sabia
da minha ignorância
da minha prepotência
da minha irresponsabilidade
até confrontá-las

Eu realmente não sabia
o que era injustiça
do preconceito alheio
que verdades e mentiras podem nem existir
até descobrir tudo isso em mim 

Eu realmente não sabia
que não era capaz de tudo
que nem tudo pode continuar
que o tempo era inevitável
até o momento chegar

E eu realmente aprendi
que preciso da minha sanidade
pois a vida bifurca
a história embaça
e a gente precisa melhorar