sábado, 10 de abril de 2021

Nossas Cores

O brasil é cinza, brow
O verde já visto não colore
A ordem fez devastar
Há quem chame de progresso
Visão atrasada
Arcaica
Hoje devemos buscar
Equilíbrio para o bem comum
Já basta de margem
As águas de tantas tonalidades
Perderam seus reflexos
Usadas para progredir
Esqueceram de limpar
Industrializando além do mais
O progresso fez acizentar
Em forma de cimento fosco 
sem estética perdemos como povo
História esquecida
Não evoluímos ao topo
Mundo aglutinado em luxúria
Mesquinhez camuflada de alegria
A luz do sol não clareou nosso destino
Na verdade ela bronzeia nossa pele
Mas amarela os brios tupiniquins
A noite longa nos abateu
21 anos, brow
Mas essa nem foi a mais longa
Nossa aquarela são tons de cinza
200 anos, 500, até quando?
Miscigenação forçada
Juntando nosso povos
Na violência do estupro
No horror do submundo
Vergonha patriótica
Escondida embaixo dos tapetes
Do nosso pretérito imperfeito
De matos
Da silva 
Dos santos
De algum lugar africano
Sem nome 
sem sobrenome
Dos tupis
Dos guaranis
Dos orixás
Desde a Colônia até agora
Passando pelas revoltas
Até jesuíticas
Afogadas e vitoriosas
Mas não ajuizadas
Porém justas lutas contra o dominador
Sempre a seviço de alguém
Do opressor
Comemorando a vitória do poderoso
Perdemos para grana
para fome
Para pobresa
Para ganância
Para o descaso
Pro caralho de asa todo
Perdemos até o trem
Aquele da história
Algumas vezes
Preferiria evitar o ocidente
Sendo contrafactual
Vida Selvagem
Que bom seria!
Seria bom?
Não acizentaria

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